Fazer e comer queijo são parte do modo de ser mineiro. A produção artesanal de queijos de leite cru é uma atividade tradicional, enraizada no cotidiano de fazendas e sítios de Minas Gerais, e remete ao processo de ocupação desse território, durante os séculos 17 e 18. O modo de fazer, de origem milenar, é apropriado para o aproveitamento e conservação do leite, especialmente nas regiões serranas, onde o escoamento da produção sempre foi dificultado pelas condições das estradas. A receita básica foi legada pelos antigos colonizadores portugueses – leite cru, coalho e sal –, à qual os mineiros acrescentaram o “pingo”, fermento natural desenvolvido ao longo dos tempos, a partir do soro drenado do próprio queijo, e que lhe confere características microbiológicas específicas, condicionadas pelo tipo de solo, clima e vegetação de cada lugar. Serro, Canastra, Serra do Salitre, Alto Paranaíba, Araxá, serras do sul de Minas, Campo das Vertentes são microrregiões onde se desenvolvem e se estabelecem, em dinâmica tradição, os modos de fazer de um queijo reconhecido mundialmente como “Artesanal tipo Minas”. É o queijo elaborado a partir de leite cru, como produto de uma tradição familiar e de uma economia local que o associa à atividade fundamental da fazenda mineira típica. É o Queijo Minas que, a despeito de ter gerado formas industriais de produção em todo o estado, não perdeu a força de sua tradição artesanal e não deixou de ser importante, cultural e economicamente, em seu modo de fazer original. Os fatores físico-naturais de cada uma dessas regiões propiciam pastagens típicas e o desenvolvimento de bactérias específicas que se multiplicam em cada um desses microclimas. A esses fatores soma-se um modo próprio de fazer queijo, na manipulação do leite, dos coalhos, das massas, das formas de prensagem, no tempo de maturação (cura), dando a cada queijo aparência e sabor peculiares. Tudo isso se traduz em um vasto repertório de conhecimentos tradicionais, incluindo as formas de comercialização e consumo dos queijos artesanais, e constitui um traço marcante da identidade cultural de cada região que é transmitido desde muitas gerações. De fato, fazer queijo de modo artesanal é um fator preponderante na sustentabilidade da agricultura familiar e na dinamização da economia dos municípios de Minas Gerais, onde se tem a produção de queijos como atividade essencial do meio rural. Por isso, nós de Serra do Salitre recebemos a visita do pessoal “Modo de Fazer Queijo Artesanal” que em dois mil e vinte e três foi colocado em evidencia nas microrregiões já citadas. Para a certificação do queijo artesanal na UNESCO = Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, quando será julgado o nosso queijo artesanal, que será no dia 6/12/23 em Assunção do Paraguai o Modo de Fazer Queijo Artesanal. Para a certificação do queijo tiveram a ideia de através de uma KOMBI percorrer as microrregiões divulgando pelas cidades produtoras. O evento foi realizado no dia oito de novembro de 24 Pátio da Prefeitura Municipal de Serra do Salitre com a presença de várias autoridades e o povo em geral.